A Thaís tem 9 anos, mora em Belo Horizonte (MG) e estava bastante curiosa sobre as águas-vivas. O professor Alfredo H. Wieloch, do Departamento de Zoologia no ICB/UFMG respondeu à esta pergunta.

O “choque” recebido ao se ter contato com esse animal, na verdade é resultante de uma dor aguda, semelhante à um formigamento. Isto acontece porque a água viva tem um filamento que penetra na pele da presa e através dele é injetada uma toxina, ou seja, uma proteína tóxica é como se ela estivesse aplicando uma injeção de toxinas na presa.

Existem vários tipos de toxinas, sendo que os efeitos mais graves são provocados pelas neurotoxinas. Estas afetam nosso sistema nervoso, ou seja, afetam nossos neurônios que são as células que comandam todos os nosso órgãos. Assim, elas podem causar parada cardíaca, respiratória e morte, caso a quantidade de neurotoxina inoculada seja grande e a vítima não receba cuidado médico adequado e imediato. Mas, esses casos são raros, e são relatados não aqui no Brasil. Eles acontecem principalmente em praias do oceano Pacífico, onde existe uma grande quantidade de águas-vivas.

Felizmente as espécies de águas-vivas encontradas no litoral do Brasil não parecem produzir grandes quantidades de neurotoxinas. Elas produzem principalmente um outro tipo de toxina que provoca na pessoa uma sensação de formigamento, formação de bolhas e erupções na pele, um quadro semelhante a uma queimadura de segundo grau.

O contato dos tentáculos da água-viva com grandes extensões da superfície da pele faz com que os sintomas sejam mais intensos e nesse caso a vítima pode apresentar dores abdominais, calafrios, febre e diarréia. Por isso, muito cuidado com as águas-vivas. E se acontecer um acidente corra para o médico!